Secretaria de Estado de Saúde do Tocantins promove o I Seminário Saúde Indígena Materno Infantil

Com o objetivo de capacitar gestores e profissionais da saúde na assistência a população indígena, a Secretaria de Estado de Saúde do Tocantins (SES-TO) realiza o I Seminário Saúde Indígena Materno Infantil: fronteiras entre a medicina científica e tradicional. O evento acontece nos dias 22 e 23 de abril, no auditório do Palácio Araguaia José Wilson Siqueira campos, em Palmas. Ação é coordenada pela Superintendência de Políticas de Atenção à Saúde (SPAS), Diretoria de Atenção Primária, Área Técnica – Equidade de Gênero, Raça e Etnia.

Com foco nas especificidades culturais da mulher indígena desde a gestação ao puerpério e os cuidados a criança, o seminário traz como princípio a diversidade étnica e cultural dos povos indígenas viventes no Tocantins, buscando o diálogo acerca dos avanços, desafios e perspectivas da Política Nacional de Atenção a Saúde dos Povos Indígenas. 

O evento é direcionado para coordenadores da atenção primária e profissionais de saúde da atenção primária dos 139 municípios do Estado, além de diretores dos hospitais maternidade do Estado, coordenadores dos polos base de saúde indígena, agentes comunitários de saúde indígena e estudantes indígenas da área da saúde da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

A diretora da Atenção Primária da SES-TO, Cleidmar Rodrigues Soares de Abreu pontuou que o evento é essencial para fortalecer as políticas públicas e assistir os povos originários. “Agradecemos o apoio de todos que estão dentro das áreas da população indígena, e aqui debatendo o assunto, pois contribui para nos apontar de que forma vamos ter estratégias para avançar, para realmente fazer a nossa política de saúde acontecer lá dentro do território. Para nós tem sido um desafio dia após dia, desafios que a equipe está enfrentando de forma integrada, indo para esses territórios e conseguindo ter um diálogo, então parabenizo a todos”.

A psicóloga e técnica do Núcleo de Equidade Gênero, Raça e Etnia, Paula Reys Vilela, ressaltou que, “o debate ainda visa fortalecer a promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças, dos princípios do SUS de integralidade, universalidade, equidade no cuidado e a participação social neste processo”. 

Eliminar os preconceitos foi destacado pelo assessor na Secretaria de Atenção Primária a Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde, Ivo de Oliveira Leal. “Quebrar paradigmas e tão importante quanto, aumentar o alcance do nosso conhecimento para tratar de ações voltadas para a população indígena. E o Tocantins está de parabéns, que outros momentos como esse possam ser organizados e que cada vez mais a saúde da população indígena, em todos os contextos, seja nas aldeias, seja em contexto urbano, possa estar sempre à frente das discussões e que cada vez mais esse acesso e essa tão resolutividade e qualidade do atendimento possa estar se fortalecendo”. 

Participação

As políticas públicas devem ser pensadas com as comunidades e não para as comunidades explicou o Diretor de Proteção aos Indígenas da Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), Célio Torkã Kanela. “Nós temos que pensar em políticas públicas que sejam, de fato, inclusivas e não de exclusão, que é o que se tem feito em muitos momentos quando se pensa em políticas públicas. E a gente traz essa preocupação e aí eu parabenizo também a saúde quando ela traz essa discussão aqui para a gente construir políticas públicas com as comunidades e não para as comunidades”.

O secretário de saúde de Tocantínia e representante do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-TO), Wanderson Barbosa da Costa, falou da importância de levantar o debate. “Neste simpósio vamos tratar justamente da questão da saúde, principalmente infantil. Enquanto a gente trabalha a saúde científica, trabalhamos também a saúde tradicional, trazida, oriunda dos povos originários, os povos indígenas”. 

“Muito importante esse debate, para fortalecer a saúde indígena nas aldeias. Essa troca de experiências ajuda a lembrar de e valorizar a cultura, e é essencial para garantir direitos e melhorar os serviços na comunidade indígena”, pontuou, Selma Sekuahid dos povos indígenas Xerente.

Apoio

A ação conta com a parceria e apoio com a Superintendência de Unidades Próprias Hospitalares, Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Secretaria de Estado da Mulher, Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-TO), Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins (DSEI Tocantins), Ministério da Saúde (MS), Hospital Albert Einstein, Escola Tocantinense do SUS, Instituto Nacional Fernandes Figueira, Universidade Federal do Tocantins, Liga Acadêmica de Saúde Indígena e Unicef.

Programação

22/04 (Terça-feira)

10h20 – Tema: O Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins e a atenção primária a gestante do pré-natal ao puerpério; 

10h40 – Tema: A co-gestão entre SAPS e SESAI na APS e a habilitação do IAE;

11h20 – Tema: Os desafios, avanços e perspectivas da PNASPI na saúde da primeira infância;

14h – Tema: Cenário de mortalidade materno infantil da população indígena no Estado e as estratégias de enfrentamento; 

14h40 – Tema: Relato de experiência do acompanhamento do pré-natal em mulheres indígenas kaiapó: o papel dos ACSI e das e-multi; 

15h20 – Tema: Promoção à saúde bucal em gestantes e crianças indígenas; 

15h50 – Tema: Gestação na adolescência em populações indígenas: violência x cultura. 

23/04 (Quarta-feira)

8h – Tema – Aleitamento materno e práticas interculturais da rede Alyne; 

8h20 – Tema: Atenção Integrada às doenças prevalentes na infância – AIDPI e determinadas socialmente em populações indígenas; 

8h40 – Tema: Relato de experiências de uma parteira na etnia Xerente; 

9h – Tema: Memórias de um indigenista paramédico no cuidado com a criança;

9h20 – Tema: Ensinamentos e rituais étnico-culturais como promotores de saúde da criança; 

9h40 – Tema: Pajelança em crianças em processo de adoecimento; 

10h40 – Tema: Relatos de experiências do Polo tocantínia e do Polo Itacajá; 

11h10 – Tema: Relatos de experiência do Polo de Santa Terezinha MT; 

14h – Tema: Concepções de saúde, doença e formas tradicionais de tratamento de indígenas do Tocantins; 

14h20 – Tema: Medicina intercultural no contexto hospitalar;

14h40 – Tema: A prática das doulas e integralização de parteiras no contexto hospitalar;

15h – Tema: Relato de experiências no uso de raízes no tratamento de doenças.

Fonte: Secom/Tocantins

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